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segunda-feira, 28 de março de 2016

Secretaria Municipal de Cultura abre 4º edital do Prêmio Zé Renato

Evento acontece dia 29 de março, no CCSP, e contará também com lançamento do livro “Diálogos Teatrais”

Duas importantes ações de políticas públicas ligadas ao teatro de São Paulo terão seu lançamento no dia 29 de março, terça-feira, às 19h, no Centro Cultural São Paulo: o 4ª edital do Prêmio Zé Renato - que subsidiará a produção de espetáculos inéditos e circulação de espetáculos já estreados - e o lançamento do livro “Diálogos Teatrais”, publicação baseada em cinco debates com 16 companhias atuantes da cidade de São Paulo. Foram abordados temas relevantes do meio artístico, como o teatro negro, a relação do artista com a cidade e a importância de uma sede para as companhias. Os participantes dos encontros foram os grupos Cia. dos Inventivos, Cia. Os Filhos de Olorum, Os Crespos, Capulanas Cia. de Arte Negra, Coletivo Negro, Teatro Documentário, Cia. São Jorge de Variedades, Grupo Bolinho, Pessoal do Faroeste, Companhia Humbalada de Teatro, Pombas Urbanas, Grupo XIX de Teatro, Cia. Artehúmus de Teatro, Trupe Sinhá Zózima, Brava Companhia e Cia. Livre.

A publicação “Diálogos Teatrais” reproduz o conteúdo dos encontros promovidos pela Secretaria Municipal de Cultura entre 2013 e 2015 pelo projeto #existediálogoemSP, ainda vigente. Criado pelo então secretário de cultura Juca Ferreira, a ideia é propor uma escuta permanente com fazedores de cultura da cidade. O livro é dividido em cinco partes, cada uma delas correspondente a um dos diálogos sediados na Galeria Olido. A ação tem sempre vista à formação de público e a ideia é que o material possa ser fruído por fazedores de teatro de todo o Brasil.

A relação direta com os artistas tem o objetivo de criar um âmbito de debate, discussão e reflexão permanente sobre assuntos de interesse do teatro. Vale lembrar a importância do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, criado há 14 anos, um marco na questão do financiamento público à cultura. Até então, só havia leis de incentivo como financiamento à cultura.

"O Fomento é um paradigma de uma grande mudança, exemplo de política pública de Estado", diz Marisabel Lessi de Mello, coordenadora do Núcleo de Fomentos Culturais/Linguagens da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo.

O Prêmio Zé Renato de Teatro, criado em 2014, chega à sua quarta edição com perspectivas de sucesso e apoio ao teatro da capital paulista. O prêmio homenageia o diretor teatral paulistano José Renato Pécora (1926 – 2011). Ator formado na primeira turma da Escola de Arte Dramática (EAD), dramaturgo e diretor, idealizador e fundador do Teatro de Arena, dirigiu a montagem de “Eles Não Usam Black-tie” na ditadura militar. 

O valor do edital é de R$ 4 milhões que são distribuídos para os para arcar com custos da produção, realização e circulação dos espetáculos. Há duas edições do Prêmio Zé Renato por ano. A cada uma, o número de inscritos tem aumentado expressivamente.

Na primeira edição houve 317 inscrições (24 contemplados). Na segunda, 355 (24 selecionados). A terceira, 371 (23 escolhidos). Alguns dos espetáculos contemplados pelo prêmio foram “Urinal - O Musical” (direção de Zé Henrique de Paula), “Consertando Frank” (direção de Marco Antônio Pâmio), “A Máquina Tchekhov” (direção de Clara Carvalho e Denise Weinberge), “Potestad” (com Celso Frateschi), “Pagliacci” (Cia La Mínima) e “Janelas do Esparrama” (Grupo Esparrama).

Sobre o livro "Diálogos Teatrais"

No primeiro diálogo (11 de novembro de 2013), os grupos Cia. dos Inventivos, Cia. Os Filhos de Olorum, Os Crespos, Capulanas Cia. de Arte Negra e Coletivo Negro discutiram o tema Teatro Negro e o(a) Negro(a) no Teatro: Estéticas, Resistência e Anunciação, sob mediação de Salloma Salomão, doutor em História Social pela PUC/SP, especializado em questões africanas e afro-brasileiras e pesquisador, desde 2006, da história da dramaturgia e do teatro negro.

O tema “A cidade em cena: dramaturgia, estética e encenação” foi mediado pela professora doutora em Artes Maria Lúcia Pupo, titular da Universidade de São Paulo, e contou com a participação dos grupos Teatro Documentário, Cia São Jorge de Variedades e o Grupo Bolinho no segundo diálogo (24 de fevereiro de 2014) do projeto.

O terceiro diálogo (26 de maio de 2014) marcou a última participação em evento público do crítico e pesquisador Sebastião Milaré, que faleceu no mês seguinte. Sob o tema Teatro e Terrirório, os participantes falaram sobre as diferenças entre o fazer teatral no Centro de São Paulo e em seus pontos periféricos. Os grupos que participaram foram o Pessoal do Faroeste, Companhia Humbalada de Teatro e Pombas Urbanas, que têm seus trabalhos realizados, respectivamente, no bairro da Luz, Grajaú e Cidade Tiradentes.

Luiz Fernando Marques, do Grupo XIX de Teatro; Evill Rebouças, da Cia. Artehúmus de Teatro, e Tatiane Lustoza, da Trupe Sinhá Zózima foram os participantes do quarto diálogo (18 de agosto de 2014), mediado pela mestra em Artes Lígia Borges. O tema “Sobre aquilo que acontece quando eu vou lá” abordou as diferentes formas de recepção do público de teatro, o que ele recebe quando vai ao local e também como ele é recebido. Algumas das abordagens foram a identificação do seu público, as relações de trabalho com ele e o lugar que ocupa em seus espetáculos.

O quinto diálogo (6 de julho de 2015), sobre “A importância das sedes para os grupos de teatro” uniu, sob mediação de Eugênio Lima (Núcleo Bartolomeu de Depoimentos) os artistas Fábio Resende, da Brava Companhia; Edgar Castro, da Cia Livre.

Sobre os grupos participantes

1º Diálogo

Cia. dos Inventivos 
Os integrantes da Cia. dos Inventivos se conheceram na Escola Livre de Teatro de Santo André, eram colegas de turma. Intrigados e instigados pelo teatro épico, começaram a investigar a formação do homem e da sociedade brasileira, do homem como ser social, inserido no mundo épico. Essa inquietude artística fez com que surgisse a Cia. dos Inventivos, com a proposta de revisitar e resgatar a cultura popular através da narrativa épica.

Os Crepos
Os Crespos é um coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual, debates e intervenções públicas, composto por atores negros. Formou-se na Escola de Arte Dramática da ECA/USP e está em atividade desde 2005. O grupo constrói seu discurso poético a partir da pesquisa sobre a situação do negro brasileiro na sociedade contemporânea e seus desdobramentos históricos.

Capulanas Cia. de Arte Negra
A Capulanas Cia. de Arte Negra é composta por jovens negras e negros de diversos movimentos populares de São Paulo. A proposta da Cia. é fortificar a imagem da mulher negra, para isso se apropria do pensamento da cultura popular, onde todas as artes se fundem: a música, a dança, poesia, artes plásticas, teatro e outros.

Coletivo Negro
O grupo foi formado em 2008 por atores afrodescendentes vindos da Escola Livre de Teatro de Santo André e da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/USP). Inspirados por Abdias do Nascimento e seu Teatro Experimental do Negro (1946), os artistas se concentraram no estudo da arte teatral e sua relação histórica com as vertentes da cultura negra brasileira. O desejo de continuar a debater e fazer um teatro comprometido com questões poético-étnico-raciais trouxe o interesse de formar um grupo de pesquisa que se voltasse para a situação socioeconômica e a produção estética do negro brasileiro.

2º Diálogo
Teatro Documentário
A companhia Teatro Documentário, formada em 2006, em São Paulo, como o nome indica estuda as peculiaridades do Teatro Documentário, tanto em termos práticos como teóricos, numa tentativa de construir um trabalho profícuo em torno dessa proposta estética.

Cia. São Jorge
A Cia. São Jorge de Variedades visa estabelecer, por meio de investigações permanentes, um processo de lapidação da cena bruta, se utilizando de artifícios e procedimentos simples e artesanais. A base estética da companhia se apoia em referências principalmente nas manifestações ritualísticas de canto e dança, mantendo como referência paralela as religiões afro-brasileiras. 

Grupo Bolinho
O Grupo Bolinho tem como foco a linguagem teatral e a inserção de outros elementos artísticos em suas encenações, como a música e as artes visuais, e a execução de seus espetáculos em espaços não convencionais. A proposta do coletivo é intervir na rotina da cidade de forma artística, possibilitando experiências aos espectadores, e por meio delas, descobrir possibilidades dramatúrgicas a partir do encontro entre o ator e o público.

3º Diálogo

Pessoal do Faroeste
Em 2015 o Pessoal do Faroeste completou 17 anos. A Cia tem tido como fonte de pesquisa a vida social e política do povo brasileiro por meio de seu imaginário popular e de sua cultura, e com um olhar especial à cidade de São Paulo, especificamente o centro, onde tem a Sua sede Luz do Faroeste.

Humbalada
A Cia. Humbalada de Teatro é um grupo de Teatro formado por inquietos artistas que vem traçando seu caminho desde o ano de 2004. Tendo sempre a comédia como forma de expressão, a Cia. criou diversos espetáculos que buscam no humor uma maneira de repensar a sociedade.

Pombas Urbanas
O grupo Pombas Urbanas teve início em 1989, no projeto Semear Asas, concebido pelo artista, dramaturgo, ator e diretor peruano Lino Rojas (1942-2005). O objetivo era de formar jovens de São Miguel Paulista, enquanto atores-orgânicos; aquele que não dissocia a arte da vida: produz, administra e alimenta sua própria arte.

4º Diálogo

Grupo XIX
O Grupo XIX de teatro tem um trabalho contínuo de 12 anos, com uma pesquisa temática e dramaturgia própria, uma pesquisa estética de exploração de prédios históricos como espaços cênicos e uma investigação sobre a participação ativa do público.

Cia. Artehúmus
A Cia. Artehúmus de Teatro dedica-se, atualmente, ao estudo de procedimentos relacionados à percepção do espectador, tendo como fonte alguns expedientes do teatro dito pós-dramático e do teatro popular. Desde a sua origem no ABC paulista, a companhia desenvolve pesquisa de linguagem que prioriza, sobretudo, a experimentação dramatúrgica.

Trupe Sinhá Zózima
Desbravar o arcabouço do ônibus como espaço cênico e falar diretamente ao trabalhador, aquele que tem o próprio corpo abatido dia a dia pelas insuficiências do transporte coletivo, são os pontos fundantes dos movimentos de pesquisa teatral da Trupe Sinhá Zózima desde a sua origem.

5º Diálogo

Brava Companhia
A Brava Companhia é um grupo de trabalhadores do teatro da cidade de São Paulo que tem sua produção artística orientada pelo estudo e reflexão crítica acerca dos problemas da sociedade. 

Cia. Livre    
O evento Estudo Público das Tragédias Cariocas de Nelson Rodrigues coordenado pela diretora Cibele Forjaz é o embrião da Cia. Livre, fundada em 2000. Fruto dessa experiência de instauração de um "território cultural" - espaço de trânsito, formação e criação para artistas e espectadores -, nasce a Cia. Livre. 

Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
A companhia, fundada em São Paulo, em 1999, utiliza elementos da cultura Hip-Hop - break, grafite, DJ e Rap - na realização de seus trabalhos teatrais. Com a direção da dramaturga Claudia Schapira e do DJ e ator Eugênio Lima, o grupo investe na oralidade ritmada e na póetica musical, expondo as urgências, dificuldades e contradições da vida nas metrópoles. 

Serviço: Lançamento do 4º edital do Prêmio Zé Renato e do livro "Diálogos Teatrais". Dia 29 de março, terça-feira, às 19h.Centro Cultural São Paulo – Espaço das Missões. Endereço: Rua Vergueiro nº 1.000, Paraíso, São Paulo. Grátis.